Foi-se o tempo em que negócios tinham a única obrigação de gerar lucro. Quer gostem ou não [apesar do mundo ter se dado conta de que os recursos naturais são finitos, do aquecimento global e do aumento da população mundial], empresas estão sendo pressionadas a agir para mitigar ou gerar impacto ambiental positivo. Por conta disso, as questões relacionadas à sustentabilidade estão cada vez mais inseridas no nosso cotidiano.
São constantes as afirmações que colocam a moda em algum ranking como um dos setores mais poluentes da economia mundial. Mas o fato é que com toda a complexidade da cadeia de fornecimento, como a intensa capilaridade e a alta informalidade da indústria, sequer é possível medir o impacto real.
Diante desse cenário, estamos presenciando um movimento natural de aumento do número de marcas engajadas com a temática da sustentabilidade. Enquanto, por um lado, esse é um movimento positivo e alinhado com o futuro, por outro, as pessoas consumidoras estão cada vez mais confusas, sem saber se estão sendo seduzidas por uma boa comunicação ou se realmente se trata de uma empresa ética e preocupada.
Em teoria, a sustentabilidade se sustenta em alguns pilares fundamentais, que se referem aos aspectos econômicos, ambientais e sociais, aos quais pode ser acrescentado o aspecto cultural – que se relaciona com a identidade de sociedades e comunidades. Aspectos que precisam ser bem compreendidos, que demandam estratégias, métricas e monitoramento. Iniciativas pontuais são importantes para o processo de transformação de negócios em modelos “mais sustentáveis”, mas não são determinantes. Portanto, empresas bem-intencionadas devem comunicar isso de maneira clara, buscando conhecimento para suportar um aprimoramento contínuo.
A economia necessariamente passará por uma transformação e o conhecimento é o fundamental para que todos os participantes de uma cadeia de valor compreendam o próprio papel nesse processo, sejam empresas ou consumidores. Por isso, este texto é o primeiro de uma série que vamos publicar por aqui. Venha com a gente!
Graduada em negócios da moda, especialista em marketing pela FGV e mestre em têxtil e moda pela EACH-USP (com pesquisa focada na inovação social e na economia circular).
