Voltei. Há tempos que não escrevo sobre moda por aí. Começo uma série diretamente de Milão para Indie. A princípio iriamos falar sobre a semana de moda masculina, seus desdobramentos, tendências e o estilo das ruas. Me deparei com a Covid e fiquei impossibilitada de fazer a cobertura, o que por um lado foi ótimo. Dentro do aconchego do meu lar, observei os desfiles, as cuecas samba canção que viraram shorts (nada novo do íntimo invadir a rua), e uma repetição de imagem da volta dos que não foram.
O mercado foi tomado pelo tal “green washing”(lavagem verde, traduzindo literalmente) termo que fui conhecer e me aprofundar durante a pandemia. Traduzindo em linguagem popular é aquela passada de pano, a famosa mudança para inglês ver, mas no final da conta está tudo no mesmo lugar. Existem movimentos sérios cobrando uma postura e uma mudança consistente dentro da moda, como fashion revolution, mas nós como consumidores como podemos fazer com que o impacto daquilo que compramos seja realmente efetivo nessa cadeia toda capitalista?
Dentro do meu pequeno tento já desmentir o tal “moda acessível” que é uma tentativa de mudar o nome do sistema que fez um prédio em Bangladesh ruir devido a más condições seja de trabalho, de ocupação seja de estrutura. A moda acessível pode ser o usado, a amiga bacana que faz a roupa sob medida para você, comprar menos e melhor, tentar entender de onde vem aquilo que compramos, organizar uma espécie de mercadinho onde se possa trocar as roupas e o funil vai estreitando e vemos realmente as marcas comprometidas realmente com a causa. Não gosto do novo normal, ser o tal novo velho, infelizmente nem a pandemia nos ajudou a entender as urgências do mundo e mais parece estarmos rebobinando a fita para trás (bem cringe, a tia aqui assistia VCR). Sigamos atentos, cambio desligo, diretamente de Milão para Indie.