A necessidade de se tornar uma profissional completamente independente fez a Paty Barbosa, criadora da Indie Alternative Business, pensar fora do esboço. Um esboço linear lançado compulsoriamente pelo sistema econômico atual em que vivemos: o de produzir e descartar. E isso não se aplica apenas a produtos, mas a vida, segundo ela. A Paty, advogada de formação, atuou muito tempo no mundo corporativo tanto em Belo Horizonte, cidade em que nasceu, quanto em Dubai, cidade em que morou por quase 5 anos e costuma dizer que o mundo corporativo passou pela sua vida para ensinar a ser não somente independente, mas livre.
Especialista em Criminologia e em Direito da Moda, Paty, como brinca, diz “sai das penitenciárias e fui para as passarelas, mas o meu amor pelas duas áreas se faz presente na minha vida.”
Vinda de uma família de costureiras de BH sempre teve contato com a moda e sempre sentiu uma angústia grande pela indústria por ver sempre “o mais do mesmo” e isso fez com que sempre de forma criativa fosse a senhora do seu próprio destino em termos de sua apresentação visual e pessoal. “Sempre vesti no sentido anti horário da moda”.
Mas, foi sua experiência na Indonésia em 2015 que a fez refletir de forma mais holística sobre esta indústria que sempre gerou incômodo na Paty. Após experiências que a mesma teve no mercado imobiliário em Dubai, Paty se mudou para a Indonésia e lá resolveu concretizar um sonho de adolescente. Criar sua própria marca. Visitou algumas facções em Jacarta, capital da Indonésia, para confeccionar sua primeira coleção e caiu nas famosas “Sweat Shops” ou lojas de suor, que nada mais são que as facções que produzem roupas para a Indústria da Moda Ocidental. Paty costuma falar que se deparou com um “cenário de horror” ao ver as condições as quais as pessoas trabalhavam e a exploração de mão de obra. “Chegaram a me pedir $1 (um dólar americano) para confeccionar um vestido longo para minha coleção! Imagina quanto a pessoa que costura essa roupa ganharia por isso!” Sob esta ótica, Paty foi apresentada ao movimento Fashion Revolution, se tornou ativista e leva preceitos de mínimo impacto sócio-ambientais para as suas marcas: A By My Hands e a Inconsciente Coletivo Concept, além de ser um preceito que carrega ao prestar consultoria de moda sustentável a marcas com propósito.
E foi com a percepção de suas experiências vindas das andanças pelo mundo que levaram a um olhar de contribuição, livre, dinâmico e acolhedor que Paty resolveu criar um movimento que emancipe pessoas e marcas nas suas livres caminhadas rumo a uma evolução sistêmica.