Em reverência a grandes ondas e momentos de esperança, resistência e procura por algo diferente do oferecido e imposto, vindas antes e vivas até hoje, a Indie bebe de toda fonte que encontra na história e no mundo para provar e sustentar a viabilidade e necessidade de um outro mundo.
Olhamos para aqueles que propuseram novas visões para a humanidade, para aqueles que criticaram e mostraram a fragilidade de nossas estruturas e a conta humanitária disso, e para aqueles que ousaram e dedicaram tempo e vida para a criação de alternativas, ferramentas e maneiras de viver, em nome do bem-estar coletivo.
Ao buscar sair do “tradicional”, encontramos um universo de inspirações simbólicas, técnicas e outras mais práticas. Para nós, são muitas as provas – que a vida colaborativa, mutável e em constante desenvolvimento se mostra positiva e real quando promove e distribui melhoria para a sociedade como um todo, ainda que em frentes independentes espontâneas.
Na produção e na arte, em geral, esses sentimentos ganham vazão e razão de ser, e é nesse primeiro contato que alguns movimentos nos inspiraram quando puderam se materializar nas mais diversas produções em torno de uma luta ou proposta comum.
Associados a uma visão e expressão diferentes do mundo, a formação de redes de apoio, produção e contribuição, a um desejo por uma realidade que valorize o trabalho contributivo.
Os movimentos de contracultura são para Indie símbolos do poder da arte na construção de um lugar de acolhimento para diferentes vozes e de um campo para novas dinâmicas, relações e maneiras, para novos sistemas, parcerias e trocas.
Do UNDERGROUND – aquilo “abaixo” de uma superfície rasa onde o motivo e função das coisas se reduzem ao lucro comercial de poucos, no lugar do giro para enriquecimento e benefício do coletivo – ao HIPPIE com seu baixo impacto e promoção humanitária , da volta artesã do “DO IT YOURSELF”- em português, “faça você mesmo” – até a valorização pelo UPCYCLING e movimentos de criação e reaproveitamento sustentáveis; extraímos toda a crítica, toda proposta e formas, necessárias ao bom exercício da empatia e ao leque de ferramentas e motivações que se valem os critérios para algo ser “alternativo”.
As intersecções e contribuições dos cenários do rock, do hippie, do punk, heavy metal, do samba, hip-hop e rap, da rumba, do reggae, das vanguardas artísticas e musicais nas esferas culturais, são, por definição e trajeto, uma relação entre a estética do que se vê, ouve, sente e experiência, e a expressão do que se apresenta ali simbolicamente.
Dizer, portanto que esses movimentos não têm relação, motivo ou atuação políticas – pelas e para as pessoas e os agentes produtores – assim como aspirações sociais nesse sentido, seria ignorar e jogar fora toda real importância, simbologia e bagagem cultural desse universo, e é por esse motivo que a Indie os reverência e traz aqui como a “foto de cabeceira” que nos faz trabalhar para movimento amigo a causas, vozes e sonhos.